quinta-feira, 8 de novembro de 2012

Entre joaninhas e nostalgias

Quatro luas depois que foste embora, chegaste em forma de joaninha e pousaste na minha mão esquerda, na praça do relógio da faculdade . Uma tarde solada, na qual a saudade q sentia por ti escondeu-se, passageiramente, entre tanto trabalho e estímulos do laboratório: as células cresciam lentamente, como forçadas, os alunos eram ensinados e corrigidos e os relatórios, editais e artigos acumulavam-se na mesa.

Mas voltando a tua visita em forma de joaninha, quando pousaste ficaste estática, como paralisada. Te senti mas não me mexi, pois não queria que fosses embora. Eras uma joaninha galega, com pontinhas marrons e tuas antenas brilhavam pela luz do sol q as iluminava. Ficaste serena, para depois dar um passeio pela minha mão, acima das veias que latejavam nervosamente. Estava extasiado com tua beleza e teu toque, suave, carinhoso e cálido. 


Pausaste a  caminhada e olhaste por todos lados, reconhecendo o lugar, te limpaste as patas e te esticaste, para ficar novamente estática, mas dessa vez olhando para mim, assim como aquela primeira noite. Te olhei e encheste minha face de alegria. Depois levantaste tuas asas e foste  para meu nariz, perto dos óculos. Eu respirei fundo e segurei a coceira, mas depois de não muito tempo levantaste e foste embora, rumo ao nordeste.

O único q esqueceste foi me dar um beijo.