Quatro luas depois que foste embora, chegaste em forma de joaninha e
pousaste na minha mão esquerda, na praça do relógio da faculdade . Uma
tarde solada, na qual a saudade q sentia por ti escondeu-se,
passageiramente, entre tanto trabalho e estímulos do laboratório: as
células cresciam lentamente, como forçadas, os alunos eram ensinados e
corrigidos e os relatórios, editais e artigos acumulavam-se na mesa.
Mas voltando a tua visita em forma de joaninha, quando pousaste ficaste estática, como paralisada. Te senti mas não me mexi, pois não queria que
fosses embora. Eras uma joaninha galega, com pontinhas marrons e tuas
antenas brilhavam pela luz do sol q as iluminava. Ficaste serena, para
depois dar um passeio pela minha mão, acima das veias que latejavam
nervosamente. Estava extasiado com tua beleza e teu toque, suave,
carinhoso e cálido.
Pausaste a caminhada e olhaste por todos lados,
reconhecendo o lugar, te limpaste as patas e te esticaste, para ficar
novamente estática, mas dessa vez olhando para mim, assim como aquela
primeira noite. Te olhei e encheste minha face de alegria. Depois
levantaste tuas asas e foste para meu nariz, perto dos óculos. Eu
respirei fundo e segurei a coceira, mas depois de não muito tempo
levantaste e foste embora, rumo ao nordeste.
O único q esqueceste foi me dar um beijo.
1 comentário:
ser
sem ti
resistir
me ter
em ser
existir
ser
sem ter
e rir
e ir
em ti
sentir
Enviar um comentário